e de repente,
num piscar dos anjos,
num piscar dos anjos,
você pode virar poema.
Eu posso te fotografar, passando num ônibus de linha indesejada
e você ficar nas minhas íris um tempo hábil,
e num hábil tempo de ter que prestar contas do meu dia,
das minhas agruras, dos meus anti-sambas,
eis que soprará em meu ouvido sua imagem, e você vai virar o poema possível do sentimento eterno.
E enquanto ele durar, tal sentimento,
e a gente já não se vir vida afora, quem sabe,
a gente não recordará que se entreolhou,
mas o poema avisa,
o poema divisa a linha dos estranhos que éramos, e agora
há esse pacto mudo, mas o poema irradiou os sonhos,
e talvez você nunca leia, nem acate, nem dimensione o que eu codifiquei
e agora desalinhavei docemente em mansa rima e aura dourada,
seu poema, pronto e seu, por ti, pra ti,
e que agora, tomara, numa hora,
você se reconheça, por mim.
Este poema traduz o sentimento de toda pessoa sensível:"tudo é belo ao olhar atento"
ResponderExcluirMuito belo o poema!
Abraços,
João Victor.