sexta-feira, dezembro 11, 2009

ANTIRITMO


zero. zero. zero.
volta-se inteiro ao marco pretérito inconcluso,
clamando pela amnésia amada que varra os arroubos do vício,
desistindo de ser, ser tanto.
ser eu, finalmente, eu, 
assim, dessa matéria minha,formada amálgama forjada arrítmica, císmica

e as palavras torpedeando a fuga para os lugares comuns,
as palavras, minas irascíveis, contra o caos celestial,
e tudo flúido e terno e corrosivo e bárbaro e legítimo...


zero! zero! e zero!
e dele, os ímpares de todas as coisas,
e os  erros aos ares, e aos ares as rimas, e às rimas as curas,
e às curas os Cristos, e aos Cristos as cruzes, e aos credos as culpas,
as incrédulos, todas as desculpas,
aos irmãos, todas as permutas,
um coração incendiado agora vai a leilão e, pasmem, já nasceu arrematado,
arrebatado pela indecisão,
do ir/não ir, chegar/estar, ficar/permanecer no mundo 
o mundo que fez por si... no ritmo exato, incomum a outro,
estranho divino irmão salvador de seus contrários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sentiu algo? escreva!