segunda-feira, janeiro 18, 2010

VÁRIAS VEZES EU


Meio do meio do mundo,
É jogo de cintura a senha do acaso,
Aqui do lado cru 
do Atlântico incerto,

Quem não souber de nada, nem queira, nem saiba,
Poeira paira.
Preto moleque perdido,
O pé do Pedro é preto, e o Pedro é meu primo,
E eu sou também morfino, herdeiro do risco
Quem erra meu apelo, acerta o descaso,
Que é o meio disto.


Agora vou sartá de banda pra ver no que dá,
Esconder bola do jogo pra experimentar,
Beira do mar, beira do mar...
E o restante do sujeito é pilha pura,
Água turva de mistura que ninguém atura,
Beira do mar, beira do mar,
A solidão é mal de mundo, viva a solidão,
Pra virá homi de bem tem que roer osso do cão,
Beira de mar, beira de mar
O miserê é bem bonito de se ver,
Vira arte contemporânea pra nego vender,
Nego que nunca foi nego, nem deu lombo pra bater,
Eu quero ver fogo pegar e nego não correr,
Aqui é esquema breu,
Tem que ter mais de sete alma,
Eu tenho sido várias vezes eu.


Porque, Deus é Pai e nunca falha,
Há de sempre haver migalha, 
esperada igual banquete...
Até chegar aqui na mão da gente,
A fome já foi na frente,
E devorou o que restava...

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