quinta-feira, janeiro 21, 2010

Pensamento de partida


Assim que não for tão cedo,
Tão logo de me esquecer,
Quem sabe mande recado,
E avise ao impossível,
Que fui, e quem sabe o quando
Vivamos as mesmas estrelas
Que as daqui, errei na mira,
E agora acertaram partida.

Enquanto dormem as crianças
Sem choro nem vela alguma
É assim que a palavra amarga
Cala na hora do rumo
E onde quer que se vá
Dá pra avistar quem se ama,
De dentro dos estrebilhos,
Do fundos das almas irmanadas...


Os sonhos, sejam quais forem
Afinarão instrumentos,
E a saudade dos melhores
Revirou os olhos dos cegos,
Concluo que os desafetos
Ainda precisam de alívio,
Mas amores que cristalizam
Cobrem todas as despesas...

Assim que preciso for,
Os relógios desacertam,
Os tempos fogem da estrada,
As escolhas ficam pra longe,
E já haverá agostos
Afora os que nos consomem
E aqueles abraços guardados
Não sobrarão pro cansaço...

Os corações derramados
Quando enlaçados estão
Comungam a mesma esperança,
Tratam-se forma amena,
O adeus é uma armadilha
Que só captura o ilusório,
Porque o brado dos sentimentos,
Dorme tranqüilo no fundo do peito.




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