sexta-feira, maio 11, 2007

Rotu/lado



Não,
Não faço tão mal quanto diz na bula,
Essas substâncias...
Posso ser diluído durante um eclipse,
A lua subtendida...
Não pareço tão ofensivo assim, entre seus dedos,
Seus dentes me calam,
Reflita sobre mim
Pelo ângulo maduro:
Tudo inacabado, algo de inseguro...

Não,
Não sou imune a boleros castelhanos,
Nem rocks sessentistas,
Tantas vezes me derramo e deixo pistas
Daquilo que me concentra,
Inteiro em todos os pedaços quando me arrebenta
A alma intolerante,
Não nasci pra ser julgado pelo instante,
Há dúvidas de sobra,
Prefiro o meu errante conjunto da obra...

Também, não,
Não cabe produto em minha dor,
A poesia vaza,
A canção delimita a ânsia da agonia
Quando me alivia,
Não sei ser out-door de promoção
O sentimento é raro,
Tudo em mim, da dor, é diamante caro,
Nem dinheiro vasto compra meu segredo,
Anti-rotulado coração sem medo...


Eduardo Alves

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