Coração de pasto, continente aflito,
Roubem-lhe as uvas e cuspam-lhe pedras.
Terra em que ninguém passeia nem se enterra,
Coração enfastiado de amores insolúveis.
Credo em cruz me impetrar outra paixão de inverno
Fazer engolir o fardo e entoar o blues amargo
Em dor maior, hinos irracionais em batida esquerdista
Tudo vermelho, mas no poder, desbotado, desbotado...
Tantas transfusões serão insuficientes
Para lhe dar caráter e jeito de algo
Que se respeite para não apanhar de novo, coração
Mas não te curas porque não te achas
Nesse emaranhado de luas que escaparam do limbo
E se enfiaram no peito pra te encouraçar, te esconder, te afogar em luzes...
Eduardo Alves, maio/07
Roubem-lhe as uvas e cuspam-lhe pedras.
Terra em que ninguém passeia nem se enterra,
Coração enfastiado de amores insolúveis.
Credo em cruz me impetrar outra paixão de inverno
Fazer engolir o fardo e entoar o blues amargo
Em dor maior, hinos irracionais em batida esquerdista
Tudo vermelho, mas no poder, desbotado, desbotado...
Tantas transfusões serão insuficientes
Para lhe dar caráter e jeito de algo
Que se respeite para não apanhar de novo, coração
Mas não te curas porque não te achas
Nesse emaranhado de luas que escaparam do limbo
E se enfiaram no peito pra te encouraçar, te esconder, te afogar em luzes...
Eduardo Alves, maio/07
Eu não me canso de te olhar.
ResponderExcluirVivo há vinte verões do seu lado, juntinho, colado
Mas parece que a cada minuto o seu rosto ganha novas linhas
E não são os vincos da vida, você ainda é novinha
São sulcos que os anjos de dedinhos finos esculpem
Quando passam de levinho no seu rosto e soltam
As linhas que só duram o tempo de eu notar e admirar
Eu não me canso mesmo de te olhar.